Responsável por menos de 5% dos casos de câncer de mama no mundo, segundo o National Cancer Institute, a doença de Paget, apesar de sua baixa ocorrência, preocupa médicos mastologistas.
Por sua frequente associação a problemas de pele que levam o paciente a buscar ajuda dermatológica, essa doença é muitas vezes diagnosticada tardiamente, comprometendo, dessa forma, a eficácia dos tratamentos.
Por isso, no conteúdo deste mês de nosso blog, decidi trazer a vocês, leitores, algumas informações pertinentes acerca desse tipo raro de câncer de mama.
Vamos lá? Boa leitura!
O que é a Doença de Paget?
A doença de Paget, descrita pela primeira vez em 1877 pelo médico inglês Sir James Paget, trata-se de um dos tipos de câncer de mama raros que acometem os ductos mamários (canais por onde o leite materno é transportado). Sequencialmente, essa doença pode chegar à superfície do mamilo e da aréola.
Em seus estudos, Sir James Paget descreveu a doença como um quadro de erupção ou ulceração da papila mamária com característica de eczema.
Em 80 a 90% dos casos a doença de Paget está associada ao carcinoma ductal in situ ou ao carcinoma ductal invasivo.
Sintomas
Os sinais da doença de Paget são visíveis, uma vez que afetam a pele na região dos mamilos e aréolas.
Entre os sintomas mais frequentes dessa doença, pode-se destacar:
- alteração do mamilo e da aréola que causa vermelhidão, coceira, espessamento e descamação da pele;
- sensação de queimação e formigamento;
- secreção amarela ou com sangue dos mamilos;
- geralmente, afeta apenas uma das mamas;
- assemelha-se ao eczema.
Como é feito o diagnóstico?
Para realizar o diagnóstico dessa doença, o mastologista irá, primeiramente, realizar um exame clínico, verificando a presença dos sintomas característicos acima citados, além de buscar pela presença de eventuais caroços na mama e axilas.
Em seguida, poderá ser solicitada a realização de exames de imagem (mamografia, ultrassom, etc.) de forma a investigar possíveis alterações.
Em caso de indícios, deverá ser realizada uma biópsia para retirada de uma pequena amostra do tecido lesionado a ser analisada em laboratório para confirmação do diagnóstico.
Estadiamento
Deverá estar contida nesse diagnóstico a classificação da extensão do tumor. No caso da doença de Paget, são considerados 4 estágios, sendo eles:
- Estágio 0: em que a lesão está confinada na camada mais externa da pele (epiderme) sem presença de carcinoma em situ;
- Estágio 1: a doença está associada ao carcinoma de mama de ducto in situ, logo abaixo do mamilo;
- Estágio 2: a doença está associada ao carcinoma in situ da mama extenso;
- Estágio 3: a doença está associada ao carcinoma de ducto invasivo.
Tratamento
O tratamento padrão para esse tipo de câncer raro depende da extensão do tumor, mas costuma ser basicamente cirúrgico.
Para nódulos pequenos e pouco invasivos, indica-se a cirurgia conservadora. Já no caso de tumores avançados, a retirada total das mamas (mastectomia) pode ser necessária.
Pacientes que apresentam comprometimento dos gânglios linfáticos axilares também precisaram removê-los cirurgicamente.
A reconstrução mamária é indicada para pacientes que fizeram mastectomia e deve ser feita sempre que possível durante a cirurgia. Ela só é feita posteriormente quando os tumores são muito agressivos, com comprometimento da pele e que precisarão de radioterapia.
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